I always believed Art could move mountains and transform lives. As an actress and singer, I tried touching people’s emotions with my performances believing it would make a difference in their lives. Reading this book made me realize once again, that I’m a revolutionary of emotions, a romantic like the characters of Never-Ending Youth. I still feel I am. And I’m still in very good company too.
In 1969, I was too young to grasp the existence and struggles of those characters. I am part of what’s called the dictatorship generation: growing up ignorant of what happened before the coup d’état in 1964, and being molded by a nationwide class called Moral and Civics Education proposed, and made into law, by the Military regime in 1969.
The stories told in this book made me realize how ignorant of my country I still am. Urariano Mota’s characters were invisible to me until I read “O Que é Isso Companheiro” by Fernando Gabeira in 1979 when political exiles were allowed to come back, and few years I started college. But even now, after so many years, I’m still finding stories I’ve never heard.
Never-Ending Youth takes place in Recife, 1,447 miles from Rio de Janeiro, where I grew up and went to UERJ University. While reading this book, I kept folding pages, underlying passages, and “googling” names that were new to me, like Lula Cardoso Ayres (painter), Gregório Lourenço Bezerra (communist leader), and Alberto da Cunha Melo (poet). In between breaks, I watched a documentary, looked at magnificent paintings, and started making connections among authors, musicians, philosophers, journalists in Brazil and beyond. And that excited me immensely.
Thank you, Urariano, and thank you Peter Lowds for your superb translation.

( “Those who speak well of love, speak well of revolution. Romantic poets, whether men or women, are revolutionaires of emotion.”)


Eu sempre acreditei que a Arte poderia mover montanhas e transformar vidas. Como atriz e cantora, tentei tocar as emoções das pessoas com minhas apresentações acreditando que faria diferença em suas vidas. A leitura deste livro me fez perceber mais uma vez, que sou uma revolucionária de emoções, uma romântica como os personagens de Never-Ending Youth. Eu ainda sinto que sou. E eu ainda estou em muito boa companhia também.

Em 1969, eu era muito jovem para compreender a existência e as lutas desses personagens. Faço parte do que é chamado de geração ditadura: crescer ignorante do que aconteceu antes do golpe de Estado de 1964, e ser moldada por aulas nacionais chamadas de Educação Moral e Cívica, propostas e transformadas em lei pelo regime Militar em 1969.

As histórias contadas neste livro me fizeram perceber como ainda sou ignorante do meu país. Os personagens de Urariano Mota eram invisíveis para mim até que li "O Que é Isso Companheiro" de Fernando Gabeira em 1979, quando exilados políticos foram autorizados a voltar. Poucos anos mais tarde, comecei a faculdade. Mas mesmo agora, depois de tantos anos, ainda estou encontrando histórias que nunca ouvi.

Never-Ending Youth acontece no Recife, a 1.447 milhas do Rio de Janeiro, onde cresci e fui para a UERJ. Enquanto lia este livro, fui dobrando algumas páginas, sublinhando passagens e "googlando" nomes que eram novos para mim, como Lula Cardoso Ayres (pintor), Gregório Lourenço Bezerra (líder comunista) e Alberto da Cunha Melo (poeta). Entre os intervalos, assisti a um documentário, olhei para pinturas magníficas e comecei a fazer conexões entre autores, músicos, filósofos e jornalistas no Brasil e exterior. Isso me entusiasmou imensamente.

Obrigado, Urariano, e obrigado Peter Lownds por sua magnífica tradução.

Kátia Moraes

(‘Aqueles que falam bem de amor, falam bem de revolução. Poetas românticos, sejam homens ou mulheres, são revolucionários da emoção’ - de uma página de Never-Ending Youth)”.